quinta-feira, dezembro 10, 2009

En tren con destino errado se va más lento que andando a pie

Ultimamente, venho lutando para não me corromper. Não que esteja planejando um golpe contra o Estado, ou que tenha contato com alguém que o faça (acho que não). Luto por encontrar, aqui dentro de mim, um sentido para as minhas ações profissionais, por manter alguma dignidade, por aceitar e me convencer que não foram em vão esses anos dedicados a minha atual profissão.

Digo isso porque, proximamente, completarei oficialmente dois anos de trabalho. Contando com mais meio ano desde a minha graduação, lá se vão quase 30 meses com o título de “professora”. E é óbvio que isso é quase nada comparado ao tempo de carreira que têm muitos dos meus colegas, por exemplo. Mas justamente por isso, que me pego tantas vezes pensando se vale a pena, considerando que alguém com tão pouco tempo de estrada, já vê suas expectativas, crenças e anseios caírem como ilusões em um período de tão magra experiência.

Me mata pensar que, nem bem tenha esquentado o banco no magistério, já tenha que dar razão ao meu pai quando dizia “vai com calma, menos euforia, que lá dentro a coisa é diferente”. Me mata pensar que possa vir a dar razão ao bando de gente que me olhou alguma vez e disse “Letras? Professora? Só pode estar louca”.

E talvez estivesse. Ou quem sabe ainda esteja, porque apesar de a realidade ainda me puxar os pés ao chão, alguma esperança e alguns poucos mas gratificantes resultados positivos ainda tenho. São eles que, por hora, me sugerem ainda o direito de sonhar e de crer, mesmo que com menor intensidade nesta profissão.

Alguma vez já disse o J. Drexler: “Hay quien dice que el camino te enseña cosas, yo no lo sé”. Eu tampouco. Por enquanto, a estrada vem me apresentando muitas dúvidas, isso sim. E, se serve de consolo, dizem também que um aprendizado se constrói através do incerto. Tomara. Vou tentar arrecadar coragem e força para seguir, mesmo que a passos lentos. Ou, em último caso, descer do trem.

“Y no será porque quiera que estoy dejando marchar MI tren”.

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