segunda-feira, janeiro 28, 2008

A música que me desarma

Qualquer coisa que eu diga não será suficiente para descrever o que foram as noites de 26 e 27 de janeiro de 2008. Principalmente sabendo de um dos meus piores defeitos: a insensibilidade. Já ouvi dizer que ser insensível é uma das mais fortes características dos taurinos, assim como a chatice e o sentimento de posse. Guardando-se as demais adjetivações "negativas" (sim, eu reconheço que as levo em mim), e voltando à questão da insensibilidade, poucas coisas são capazes de me deixar eufórica, emocionada, dar voz ao coração e esquecer a razão. A música tem esse poder. Me senti extremamente sensível neste fim de semana. Encantada, hipnotizada até os ossos com a oportunidade de presenciar o encontro de grandes ídolos como Mercedes Sosa, Soledad Pastorutti e Horacio Guarany. Um momento ímpar que quero um dia contar aos meus filhos e netos, para que saibam que a música transcende o tempo e o espaço, uma vez que não foi preciso estar em corpo na cidade de Cosquín (Argentina) para sentir tudo o que estes fenômenos do folclore argentino puderam proporcionar. Através da internet, pude ouvir e sentir toda a candura, a experiência e a bondade de Mercedes Sosa, La Negra, grande dama do folclore; pude presenciar o carinho de um povo a um dos grandes do cancioneiro popular, Horacio Guarany, com mais de 50 anos de carreira e uma obra inigualável; e, uma vez mais, pude ver a energia , o furor, a simplicidade, a competência e o rebolear do poncho da juventude do folclore representada na figura de Soledad "La Sole" Pastorutti. Três grandes artistas que me tiram da inércia e fazem brotar em mim a leveza e a liberdade, sentimentos proporcionados apenas por sua arte: a música. Já disse Guarany: "Si se calla el cantor calla la vida/ Porque la vida, la vida misma es toda un canto", e já cantaram La Negra e La Sole "Que no calle el cantor porque el silencio/ Cobarde apaña la maldad que oprime...". Talvez por isso eu me torne tão vulnerável à música, porque acredito nos versos de Guarany e nas vozes de Mercedes e Soledad. E, por crer no trabalho dessas pessoas, me sinto hoje o ser mais feliz do mundo por haver presenciado o encontro de Sole com Mercedes e depois com Horacio. Mesmo que a quilômetros de distância, mas com a alma e o coração presentes, dispostos a escutá-los sempre.
Aguante Mercedes!
Aguante Horacio!
AGUANTE LA SOLE!

3 comentários:

Anônimo disse...

Lidi!
Tive que dar uma passadinha aqui!
Realmente, o show foi emocionante!
Foi o primeiro show que eu vi ao vivo da Sole!
E eu não vou esqueceer nunca!
Mercedes, Sole e Horacio foi um sonho!
Obrigada pela companhia, pelas traduções e explicações!
Bjs!
Mariana

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Eu tbm participei desse momento... hehehehe... Eles são "Felomenais"... huahuahuau...
Tdo de bom. E que la Negra aguente até Cosquin 2009.
Quem sabe????