quinta-feira, novembro 10, 2011

Porto e as Pérolas

Semana passada, dei um pulo em Porto Alegre com o pessoal do Colégio para visitar a Bienal do Mercosul e a Feira do Livro. Eu gosto de Porto Alegre. Qualquer motivo para visitar a capital é bem-vindo, e lá estava eu cheia de vontade. 
Primeira parada, a Bienal. Apesar de ser um passeio interessante, devo confessar a minha ignorância e dizer que saí de lá entendendo pouquíssimas obras. As que entendi, gostei muito, mas as outras me fizeram ficar por ali com uma cara de paisagem, tentando tirar algum significado daquilo tudo. A minha (paupérrima) justificativa, ou, se quiser chamar, Saída pela Tangente, é que aquilo são obras de arte e, como tal, deveriam ser reconhecidas por mim como algo que me fizesse sentido. As que não fazem, eu concedo tal licença poética e assunto encerrado. 
Aliás, preciso dizer o quanto eu ando chata e preguiçosa. Talvez este seja mais um dos motivos pelos quais eu não escreva tanto por aqui. Além de devaneios desnecessários, eu costumava abastecer este blog com comentários sobre o que andava ouvindo, lendo e vendo. Acontece que ando lendo pouco. Há tempos que não me "enganchava" em um livro (até agora - seguem comentários). Vi poucos filmes nestes últimos tempos, porque para o cinema também estou "aburridísima". Me restou ouvir algumas coisas, e, sim, desta arte eu abuso. mas fui percebendo o quão repetitiva fui ficando. Não que eu me importe, mas parece que já não faz muito sentido ficar postando e postando sobre o que para mim faz o maior sentido, mas para os demais não. É mais ou menos o que aconteceu comigo na Bienal.
Seguindo o passeio, fomos à Feira do Livro, aquele arsenal de bancas com os mais variados títulos possíveis (para um interiorano, é coisa de outro mundo). Eu, com essa minha já relatada preguiça de todos os temas e todos os nomes, só ali fui pensar: "Tchê, o que eu vou fazer numa Feira do Livro deste tamanho, se não tenho nenhum livro na minha lista de compras?" (Rápida observação: quando digo que não leio, me refiro a leitura como um ato prazeroso. De leituras relacionadas a trabalho eu estou servida até as tampas) Só me restou ir de banca em banca e ver que o pessoal andava lendo. Em todas as bancas estava a biografia do falecido Steve Jobs, que nunca esteve tão na moda. Como não faz  meu gênero, segui. Procurava a Calle Corrientes, se lá não achasse nada que me agradasse, minha caminhada não teria conseguido mais do que a poluição que adentrava as minhas narinas. No caminho parei em uma banca e vi um livro do Rubem Alves. Óbvio que eu já conhecia o Rubem Alves, mas o que me comprou ou o que me fez comprar foi o título: "Ostra feliz não faz pérola". Pelo sim e pelo não, comprei, e tenho me deleitado com seus textos. Posso afirmar que, atualmente, R. Alves é meu escritor favorito. Não se surpreenda se textos dele aparecerem por aqui. (Eu e essa minha mania de que "se eu gosto, todo mundo tem que saber). Na Calle Corrientes, comprei um do Eduardo Galeano, para não errar e não perder a viagem. 
Depois de bater tanta perna, voltei a minha pequena e querida São Gabriel, ouvindo as mesmas músicas que estava ouvindo, sem saco para o cinema, mas abastecida de palavras e ideias novas graças aos livros. Por falar nisso, vou indo lá ler um pouquinho sobre as efemeridades necessárias da vida presentes na obra de Rubem Alves. 

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