quarta-feira, junho 25, 2008

Eu sou a que no mundo anda perdida...

Minha melhor lembrança da Literatura Portuguesa: (além do 10 que tirei sendo umas das personagens em A farsa de Inês Pereira hahah) FLORBELA ESPANCA. Não sei se seus versos me retratam, talvez eu perceba tanta sensibilidade e sutileza neles que gostaria que me representassem em algo. Talvez na sensibilidade e sutileza que não disponho.
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EU
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
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Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
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Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
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Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
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POETAS
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
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Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
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Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
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E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!

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