Visitei um psiquiatra

Terminei ontem de ler o Divã, da Martha Medeiros. Não é uma autora que eu leia há muito tempo, mas os livros que li dela até hoje gostei. Comecei pelo "Non-Stop", passei pelo caríssimo "Tudo o que eu queria dizer" (presente da minha SUPER AMIGUITIS, Mariana), li o "Doidas e Santas" e, agora, me deliciei com "Divã" (presente de Natal da minha mamãe).

Eu já havia visto o filme, mas nada se compara ao livro. É leve na escrita e belo na temática. Digo isso porque trata de temas comuns a muita gente, de uma maneira simples, engraçada, e nada banal.

Ao menos eu me identifiquei em vários momentos com as histórias e pensamentos de Mercedes.

"Eu não tenho medo de perder o senso. Eu tenho medo é desta eterna vigilância interior, tenho medo do que me impede de falhar"

"...estou fatigada desta concordância que manifesto diante de um mundo que se apresenta a mim tão terminado, estou no limite de fazer algumas besteiras que considero gloriosas, pelo simples fato de serem besteiras condenáveis"

"Domingo é o meu inferno astral. Duvido que haja algo mais entediante. É dia de descansar, de almoço em família, de ir ao parque: o domingo é benevolente demais."

"Meu egoísmo é revelar só um pedaço do que sou, só a parte boa, a mocinha da história. Tenho, dentro de mim, um elenco de coadjuvantes que não deixo que brilhem, que não dão autógrafos nem saem nas capas de revista. Egoísta. Poupando o mundo do meu lado sórdido, que costuma ser o mais interessante."

"E o nosso lado serial killer, marylin monroe, al capone, simone de beauvoir...Para onde vai tudo o que a gente pensa e reprime, tudo o que a gente ouve e estoca, tudo que a gente lê e compreende, tudo o que a gente vê e não toca? (...) Nem mil anos bastariam para eu assimilar tudo o que sinto e acomodar toda essa trupe em mim."

"Meus quadros não têm tanta importância, não busco a celebridade, eles me distraem de mim, e ao mesmo tempo me revelam. A tinta é como se fosse meus suor, é uma outra espécie de transpiração".

Fora outras tantas partes que gostei.

Agora, para evitar o "bostezo de mi tedio existencial", vou terminar de ler Adamios, do sempre admirado por mim e pela Martha Medeiros, Mario Benedetti. Depois posto a minha singela opinião.