segunda-feira, agosto 21, 2006

Para todos brilla un sol - Soledad Pastorutti y Abel Pinto

Se de un mundo del color de las pasiones
donde dulces el dolor
porque nada es imposible
si en el rojo de tu sangre hay amor.
Se de un mundo del color de la esperanza
donde el cielo besa el mar
porque nada es imposible
en el verde de tus alas a volar.
Quiero saber que hay en vos (ven y abrid tu corazón)
que juntos vamos a soñar (si a soñar)
es el momento de creer (hay imposibles de alcanzar)
si la confianza vive en vos.
Para todos brilla un sol
que ilumina las ganas de vivir
juntos vamos a pelear
por las cosas que queremos de verdad.
Es en el alma donde nacen las respuestas
cierra los ojos y veras
esto tu ideal es tu pasión
lo que te mueve a ser mejor, aun mejor.
Los desafíos no se enfrentan desde afuera
ni desde la oscuridad
la vida es nada si no hay sueños
y una luz en el final que alcanzar.
Quiero saber que hay en vos (ven y abrid tu corazón)
que juntos vamos a soñar (si a soñar)
es el momento de creer (hay imposibles de alcanzar)
si la confianza vive en vos.
Para todos brilla un sol
que ilumina las ganas de vivir
juntos vamos a pelear
por las cosas que queremos de verdad.

Temos uma identidade lingüística?

O Brasil é um país interessante. Tanto por sua extensão, como também, por seu "glorioso" passado, temos, hoje, uma mescla de diferentes culturas que se reflete no estereótipo dos brasileiros. Com a língua não é diferente. A língua portuguesa, falada e escrita no Brasil, possui distintas raízes, que não advém somente do português europeu. Já, quando Pedro Alvares Cabral desembarcou em Porto Seguro, falantes nativos de diferentes línguas habitavam o país. Além disso, influências como a de idiomas africanos, e de outros povos que ajudaram a construir a história do país, aparecem como fatores relevantes na "história de língua brasileira".
A língua é parte fundamental na cultura de um povo, é através dela que nos comunicamos, nos expressamos e nos constituímos como sujeito. Porém, o que ocorre na atual situação lingüística do país é um veto, um corte, na simples tentativa de comunicação entre indivíduos que trazem em suas raízes distintas maneiras de interagirem lingüísticamente.
A língua portuguesa "ensinada" nas escolas é vista pelos alunos, por que não dizer, como uma língua estrangeira. É diferente daquilo que ele costuma exercer a todo instante, daquilo que ele convive desde quando se conhece por gente. Na maioria das escolas brasileiras, o ensino da língua portuguesa, contemplado pelo incessante e descomprometido ensino de normas gramaticais, distancia-se da carga cultural lingüística que o aluno traz consigo.
O sistema da língua portuguesa já é intrínseco ao inconsciente dos brasileiros, uma vez que estes já mantém um contato com o idioma desde muito pequenos. É a identidade lingüística cultural dos brasileiros. Mas, quando chega a escola, a criança se depara com algo totalmente desvinculado à sua realidade, distante daquilo que conhece. Acredito que isso explique a aversão à língua portuguesa enquanto conteúdo escolar.
Por outro lado, esse tipo de incoerência, não só no sistema de ensino, mas em todo o sistema brasileiro, já é conhecido e, o pior, nos acostumamos com isso. Nossos primeiros habitantes falavam sua própria língua, se compreendiam e foram abafados pela menor, mas poderosa hegemonia portuguesa. Esse cruel episódio se reflete até hoje na realidade brasileira. Nada mudou. Falantes nativos estão indo a escola e sendo abafados por uma língua desconhecida. Enquanto a escola fictícia se compromete em formar cidadãos atuantes em sociedade, a escola atual "emburrece" nossas crianças a medida que professores das mais diversas disciplinas fogem da responsabilidade de formar sujeitos capazes de pensar e criticar.
Me preocupo com essa questão. Acredito que, enquanto professores, não adequarmos o ensino à realidade histórica e social brasileira, enquanto não relevarmos e usar a nosso favor a carga cultural que advém dos nossos alunos, continuaremos consentindo essa dura realidade do ensino de língua portuguesa nas escolas e, como conseqüência disso, negando nossa identidade lingüística.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Fácil é falar, difícil é ser

Outro dia, não pude deixar de ouvir uma conversa entre duas senhoras que estavam no banco de trás do ônibus que me levava para casa. Na verdade, o assunto não era tão surpreendente mas interessante. Discutiam elas sobre a atitude de uma professora que retirou da sala de aula um aluno, por sinal, filho de uma das narradoras. Em um belo dia a mãe chega para buscar seu filho na escola e depara-se com a criança sentada num canto separada dos colegas. Foi a suficiente para despertar a ira desenfreada daquela mãe que passou a fazer a "propaganda" negativa da docente à senhora com quem conversava. "_ Ela não tem paciência. E, se não tem paciência, não pode ser professora", dizia a mãe profundamente chocada com a atitude da professora. Fatos como esse nos remetem a refletir sobre uma das causas pelas quais a educação brasileira se mostra como uma instituição falida e com poucas esperanças em relação ao futuro. Que poderes tem, hoje, o professor perante seus alunos? Que liberdade tem o docente no simples ato de exercer a sua profissão? É fácil criticar e julgar atitudes de professores, mas basta olhar com um pouco mais de atenção para a realidade do nosso país, e vamos entender porque certos atos, que a primeira vista parecem extremos, se fazem necessários. A grande maioria das crianças que ingressam nas escolas chegam com algum distúrbio de comportamento, resultante ou de uma superproteção ou de um descaso por parte dos pais. Ou seja, os problemas da educação brasileira começam na família, que por sua vez, é outra camada da sociedade com vários problemas advindos de uma política social com pouco espaço para um meio termo. Ou você se adapta ao ritmo frenético da rotina citadina, onde é preciso vencer, ou você renega qualquer tipo de contato com toda essa "correria" imposta por um mundo extremamente competitivo. Essas vertentes irão influir diretamente na formação da criança, desenvolvendo nesta ou uma autonomia precipitada, ou uma inércia preocupante. O professor, por sua vez, convive com esses aspectos diariamente, tendo de conciliar e medir seus atos perante tanta diversidade, sendo muitas vezes incompreendido, humilhado e violado do direito mais precioso do ser humano: o respeito. Temos, hoje, nos bancos escolares alunos apáticos, robóticos e também violentos a ponto de xingar, bater, amedrontar o professor que não possui muitas alternativas. Muitos mestres aceitam calados, alguns perdem o controle e revidam, e outros tentam solucionar o problema com diplomacia, mas esbarram na resistência dos pais que estão sem tempo para cuidar da educação dos filhos, ou que superprotegem a ponto de subjugar a atitude de um professor. Voltando ao caso inicial, não me foi esclarecido o motivo pelo qual o aluno estava isolado de seus colegas, mas acredito que houve alguma situação desagradável que justificou a atitude da professora. Fácil é julgar um professor, difícil é sê-lo.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Nomes convencionais

Bueno... aqui estou eu novamente depois de um largo espaço de tempo. Escrevo hoje em homenagem a minha amiga Bia. Bia, assim como eu, tem uma particularidade interessante: seu apelido é Bia mas ela não se chama Beatriz, mas sim Gabriela. Eu, me chamo Lidiane, mas atendo pelo apelido de Dane. Penso agora: que maravilhoso fato. Quando todos acham que somos uma coisa, os surpreendemos sendo outra totalmente diferente. Particularmente, gosto deste aspecto, um tanto quanto, introspectivo. Coisa chata essa gente que não surpreende ninguém, que tem uma vida tão regrada e explícita que não é capaz de causar ao outro algum tipo de incômodo. Incômodo no melhor sentido, onde as diferenças são respeitadas e acrescentam novas perspectivas, novos desequilíbrios, novas assimilações. (Viva a Piaget!!! rsrsrs). Deve ser por este motivo que prezo muito minhas amizades, uma vez que, meus amigos são totalmente diferentes de mim. Nos respeitamos e sabemos que a convivência entre pólos distintos é totalmente benéfica.
Todos temos particularidades que anseiam por serem descobertas. Mas o divertido não está em descobrí-las, e sim, na maneira como fazemos isso. Tanto como um exercício de auto-reflexão, ou como uma interessante e curiosa viagem ao interior do nosso semelhante. Descobrir, através do tempo, o quão diferentes ou parecidos somos. Descobrir como algo tão óbvio pode ser tão complexo. Nenhum resultado é tão bom quanto o esforço que fazemos para alcançá-lo.
O que nossos olhos vêem é só a ponta do iceberg. O que o ser realmente é não pode ser visto com os olhos, mas sim, percebido através muito conhecimento, respeito e pacência.
Assim, que depois de muito tempo eu consegui entender que a Bia não era Beatriz e dedico este texto a todas as Beths que não são Elizabthes e a todos os Betos que não são Robertos. Pois, nomes... são só convenções.
Besitos!!!!
Bia, te amo viu!!!!